Fé e religião promovem saúde física, mental e protegem contra os vícios, diz estudo



Pesquisa recente desenvolvida por diferentes centros de estudos nos Estados Unidos constatou o que já parecia óbvio: participar de atividades religiosas desde a infância é um dos hábitos mais eficazes para evitar o uso de drogas ou abuso de álcool na adolescência e juventude.

A pesquisa foi liderada pela doutora Michelle Porche e publicada num congresso acadêmico sobre superação de vícios, na Universidade de Chester, no Reino Unido. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que uma infância religiosa contribui para que o futuro jovem não tenha comportamentos de risco e acrescentaram que “a religiosidade pode ser especialmente protetora durante o período de transição da adolescência para a fase adulta”.

Outra pesquisa, que conta com o aval da Associação Mundial de Psiquiatria, enfatiza a importância de se incluir a espiritualidade no ensino, pesquisa e prática clínica da psiquiatria. O indexador de estudos científicos PubMed, do governo norte-americano, lista mais de mil estudos sobre o tema, e a maioria conclui que há correlação entre espiritualidade e bem-estar.

 A médica e professora Maria Inês Gomes, 67, que ouviu seu psicanalista falar
sobre a importância da fé (Foto: Reprodução / Folha de S. Paulo)

Três revisões científicas realizadas sobre o tema indicam que, após controle de variáveis como o estado de saúde da pessoa, a frequência a serviços religiosos esteve associada a um aumento médio de 37% na probabilidade de sobrevida em doenças como o câncer. O desafio é entender exatamente como isso acontece.

Ao mesmo tempo, as crenças religiosas também podem atuar de modo negativo, quando enfatizam a culpa e a aceitação acrítica de ideias ou transferem responsabilidades.

O fato é que, por muitos anos, psicólogos e psiquiatras evitaram a religião e a espiritualidade na prática clínica. Entre as razões, estaria a antipatia pela religião que sempre houve entre os ícones da psicologia, como Sigmund Freud. Aliás, que estrago certos ícones podem fazer e têm feito, perpetuando suas crenças e descrenças por meio de seus seguidores.

A verdadeira religião tem que ver com a “religação” com Deus e uma vida harmoniosa em quatro áreas básicas: espiritual, mental, física e social. A base da religião de Cristo é o amor a Deus e ao próximo, o que resume/sintetiza os Dez Mandamentos.

Quando vivemos a verdadeira religião, com seu foco na graça, no perdão e na obediência nascida do amor, a saúde mental e física é uma consequência natural. Os cientistas ainda não sabem exatamente por que a religião traz saúde. Simples: porque fomos criados para crer. Negar essa dimensão humana é convidar a doença.


Folha de S. Paulo
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